Produção de cana no Centro-Sul pode cair em até 20% (e não é culpa das queimadas)


Imagem de canavial - Crédito: Elza Fiusa/Agência Brasil
Imagem ilustrativa
Crédito: Elza Fiusa/Agência Brasil



A produção de biomassa total de cana-de-açúcar pode sofrer queda de 5% a 20% nos próximos 10 anos.

A estimativa é de estudo do Laboratório Nacional de Biorrenováveis do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais) focado na região Centro-Sul do país, responsável por 90% da cana processada no país.


Bioenergia News estima, a partir da projeção, que a oferta de biomassa canavieira tende a cair entre 30 milhões de toneladas a 120 milhões de toneladas.


Os números levam em conta que a produção média brasileira é de 610 milhões de toneladas de cana por ano.


Como é feita a previsão


A projeção do CNPEM foi possível graças a técnicas de modelagem agroclimática.
Os pesquisadores analisaram dados climáticos históricos e fizeram simulações futuras considerando uma série de variáveis para estimar o que pode acontecer, nos próximos anos, com a cultura de cana na região Centro-Sul do Brasil.
A análise foi apresentada em junho como parte da dissertação de mestrado na Unicamp do engenheiro agrícola Gabriel Petrielli.


Com dados climáticos do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o estudo adotou o modelo Crop Assessment Tool (CAT), desenvolvido pelo CNPEM, para descobrir como as mudanças climáticas afetam a produtividade da cana-de-açúcar.



A região estudada abrange os estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que juntos produzem atualmente 90% da cana-de-açúcar do país.


Ações e impactos


A queda na produção já começou a ser sentida e pode se agravar, caso não sejam adotadas ações para mitigar os impactos ambientais.




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Quem é o CNPEM

O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) abriga um ambiente científico de fronteira, multiusuário e multidisciplinar, com ações em diferentes frentes do Sistema Nacional de CT&I.
Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o CNPEM é impulsionado por pesquisas que impactam as áreas de saúde, energia, materiais renováveis e sustentabilidade.
Responsável pelo Sirius, maior equipamento científico já construído no País, O CNPEM hoje desenvolve o projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos.
Equipes altamente especializadas em ciência e engenharia, infraestruturas sofisticadas abertas à comunidade científica, linhas estratégicas de investigação, projetos inovadores com o setor produtivo e formação de pesquisadores e estudantes compõem os pilares da atuação deste centro único no País, capaz de atuar como ponte entre conhecimento e inovação.
O CNPEM é responsável pela operação dos Laboratórios Nacionais de Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio), Nanotecnologia (LNNano) e Biorrenováveis (LNBR), e também pela Ilum Escola de Ciência, curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia, com apoio do Ministério da Educação (MEC).
Delcy Mac Cruz

Sou jornalista, integrante da equipe da Vital Comunicação

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